Serra do Espinhaço, a unica Cordilheira do Brasil.

   Nossos primeiros dias de pedaladas foram através da Serra do Espinhaço, o caminho passa por uma região de muitas rochas, a estrada é de difícil tração, muita areia e pedras soltas, o que dificulta muito o desempenho da bicicleta, é um trecho de muitas subidas técnicas, aja disposição, logo de cara já dava para ter uma prévia do que iria acontecer nos próximos dias. A poucos km da saída, uma gruta com uma imagem, para abençoar os peregrinos.

  Neste trecho inicial até Milho Verde, acredito ter sido o pior da viagem, pegamos muito sol, pois o caminho era muito descampado, e para somar, ainda estávamos com cansaço acumulado da viagem de ônibus e uma noite mau dormida. Chegamos no final de tarde, nos deparamos com uma vila, mas para nossa surpresa encontramos uma pousada, que foi a que melhor nos acolheu em toda a viagem, com um café da manhã digno de magestade.

   A topografia realmente lembra espinhos, uma coisa como a pele de um jacaré, rios e cânions se formam ao longo desta formação rochosa. Nos deparamos com uma região muito simples, os costumes e construções nos remetem a séculos passados, acho impressionante como é possível viver bem sem as neuras dos metropolitanos, casas abertas, pessoas sem pressa alguma.

                                                                                                                                                               Os totens são vistos a toda parte na Estrada Real, indica a sua localização e dá informações importantes da região, é sempre bom ler, história é cultura. 

  

 Luciano com sua Scott full, grande ciclista.

Alto desempenho em descidas, animou nossa viagem. 

Foi o responsável por planilhar e definir os pontos de parada. 

   Quando chegamos a Vau encontramos colegas de peregrinação, porém estavam fazendo o trecho a pé, um grupo de amigos que sempre fazem caminhadas longas estavam a todo pique, nas subidas a vantagem era toda deles, hehe, não tinham as bicicletas para carregar. Ao Longo do caminho muitos córregos e cachoeiras, mas especialmente neste dia sabíamos que se parássemos poderíamos não chegar antes do entardecer, ficou a vontade de um belo banho, mas nos outros dias tiramos o atraso.

Igreja do Rosário, capa do disco de Milton Nascimento.

 Fim do primeiro dia, mortos de fome encontramos um restaurante caseiro, fogão a lenha e muita fartura para repor as energias. A noite neste local foi espetacular, praticamente com ausência de luz no vilarejo o céu se mostrou por completo.